1 de novembro de 2012

Yoel Rodríguez, porteiro do CD Lugo: “Gostaria de poder jogar na seleçom porque é um orgulho para qualquer galego”

Reproduzimos a seguir a entrevista a Yoel Rodríguez publicada no número 119 do jornal Novas da Galiza, na que o ex porteiro do Celta e actual porteiro do CD Lugo valora a presente situaçom do futebol galego e aposta por recuperar os encontros amigáveis da seleçom galega.
ZÉLIA GARCIA / O atual porteiro do CD Lugo, foi um dos jogadores galegos que conseguiu que o Celta de Vigo ascendera a Primeira Divissom em junho do 2012. Na festa do ascenso, este moço de 24 anos, viguês do bairro de Coia, saía a celebrar com a estreleira às costas, ainda que ele lhe resta importáncia, e assume o feito com normalidade: “Túñez também levava a de Venezuela”. Falamos com ele, junto aos seus cavalos, umha das suas grandes paixons, dos seus começos no mundo deste desporto, do bom momento do futebol galego, e da importáncia da canteira, “porque sentimos as cores de outra maneira”.
Como começa a tua historia com o futebol?
Eu comecei como qualquer rapaz e, pouco a pouco, vas medrando, tés as ideias mais claras e decideste por isto. A partir de cadetes foi quando apostei forte por ser um jogador profissional. Com seis anos comecei a jogar. Eu nom gostava de ser porteiro, preferia jogar arriba. O que se passa é que tinha um problema: nom gostava nada de perder e quando perdia, e sobretodo nessas idades que nom tés tanta cabeça, dava muitas patadas e pelejava, e o meu tio, dixo que eu tinha que ser porteiro, que ele também tinha jogado nessa posiçom, e assim foi.
Nota-se a crise económica também no mundo do futebol? Vivem-se mudanças nesse sentido determinadas por motivos económicos no vosso sector?
A crise nota-se, claro, e o positivo é que a gente da canteira temos mais facilidade para sair hoje, porque agora os clubes já nom tenhem dinheiro para fichar tanta gente.
Como foi para ti viver o ascenso do Celta?
Foi todo mui intenso, e foi o meu melhor momento, o mais feliz como jogador. Todo o que aconteceu no estádio e depois do bus, e pola cidade ao dia seguinte foi mui bonito. Tanto eu como o resto de companheiros guardaremos para sempre um grandíssimo recordo desses dias.
Nessa festa do ascenso tiveste um recordo mui especial para a tua família.
Nesse momento tam feliz que foi para mim o ascenso quigem lembrar-me das minhas avós: umha quando eu era um rapaz e tinha seis anos faleceu, e a minha outra avó dous dias depois de ascender também morreu. Cada dia que me preguntavam polo ascenso, que a quem lho dedicava, eu sempre falava das minhas avós, porque ela dixo que queria ver o seu neto jogar em Primeira e ao final, por circunstáncias, nom o conseguiu. Eu penso que elas estám aí arriba e eu vou-me esforçar ao máximo para que um dia poidam ver-me em Primeira e que desfrutem comigo.
Como está a ser a experiência deste ano no CD Lugo?
Mui boa, nom pensei que me fosse adaptar tam rápido à cidade, e todo está indo mui bem. Também me acoplei mui rápido com os companheiros. Na Segunda Divissom a gente joga cada vez melhor ao futebol, e este ano há equipas que resulta estranho encontrá-las em segunda pola sua qualidade. O CD Lugo está a adaptar-se mui bem à categoria. Demos a talha em campos mui duros como no do Sporting, por exemplo, e estamos a fazer bom futebol e sacando bons resultados.
Como valorizas toda a polémica com os horários dos jogos e as televisons com a LFP? É possível para umha equipa pequena, com menor orçamento que Barça e Madrid, destacar na Liga tal e como está conformada na atualidade?
Neste tema os jogadores temos pouco a dizer porque todo depende dos clubes e da LFP. É complicado que umha equipa se poida parecer a um Barça ou Madrid, mas podemos destacar à nossa maneira, deixar a nossa pegada e surpreender a mais de um, para além do dinheiro.
Crês que os clubes deveriam fomentar a canteira, qual é a tua opiniom?
Os clubes tenhem que fomentá-la porque a gente da casa vivemos de outra maneira o futebol à hora de defender as cores. O fundamental é pôr vontade, interesse e ganas de treinar, de chegar aí e dá-lo todo.
Como valorizas o momento atual do futebol galego?
É mui bom, com equipas em primeira, em segunda e segunda B. Isto vem-lhe mui bem à Galiza, e eu aguardo que continuemos neste caminho. Neste caso trabalharei para que o CD Lugo mantenha a
categoria, e aguardo que o Celta a mantenha, e o Coruxo e o Ourense também. É positivo porque somos muitos os jogadores galegos que estamos demonstrando o nosso alto nível em todas as competiçons.
Entom seria um bom momento para a Junta da Galiza relançar as convocatórias dos jogos oficiais da seleçom galega? Participaste de algumha das convocatórias anteriores?
Eu nunca estivem, só quando era mais novo em cadetes e juvenis, mas na primeira plantilha nom estivem. A verdade é que gostaria de poder jogar algum dia na seleçom galega porque sempre é um orgulho para qualquer galego. Quando se jogou em Balaídos, como em San Lázaro ou Riazor, foi um espetáculo. Eu estivem no jogo de Balaídos e cheguei ali, vim o campo cheio, escuitei o hino, num ambiente excepcional, foi emocionante. Som cousas que nom se vivem todos os dias, e que haveria que repetir.
Como levas ser umha figura pública e mesmo contar com um clube de fans?
Agradeço muito o carinho da gente, sentir que há quem aprecia o teu trabalho, e mesmo os sorrisos pola rua de gente que nom conheces, mas eles reconhecem-me e apoiam-me.
Que mensagem lhe trasladas a aqueles rapazes e raparigas que se queiram dedicar a este desporto de um jeito profissional?
A mesma que lhe traslado ao meu irmao mais novo, que também joga ao futebol, e que tanto serve para o futebol como para a vida em geral: é que há momentos em que as cousas se torcem ou se endireitam, mas temos que obrigar-nos a nós mesmos a nom nos render nunca, estar sempre dispostos a dar a batalha polo nosso sonho.
Que metas profissionais te marcas?
O futebol é um trabalho mui cambiante. Eu tivem a sorte agora de sair de umha equipa galega e poder ir para outra, mas som consciente de que podo nom ter esta sorte sempre. A minha primeira meta é fazer as cousas o melhor possível, deixar ao Lugo em segunda, e o que venha o ano que vem que seja bem-vindo. Se fazemos todas as cousas bem agora, a próxima temporada será melhor. Eu pertenço ao Celta e nom vou mentir: aguardo poder ficar no Celta, demonstrar que eu sim que quero ficar aqui.

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